Na UESB, campus de Vitória da Conquista, a escritora Tertuliana Lustosa participou do VI Seminário Internacional Desfazendo Gênero. Um vídeo de sua apresentação, publicado pela própria artista e pesquisadora, foi tirado de contexto e usado para atacá-la nas redes sociais.
Na última segunda-feira, 13, no campus da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), em Vitória da Conquista, aconteceu a mesa de debate intitulada “Desterritorializ[ações] Queer”. A atividade, que fez parte do VI Seminário Internacional Desfazendo Gênero, contou com a presença de Tertuliana Lustosa, escritora, compositora, bacharel em História da Arte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e atualmente mestranda em Cultura e Sociedade na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Durante sua apresentação, Tertuliana, ao utilizar de uma música de sua autoria, procurou demonstrar como o espaço universitário é engessado e conservador e propôs uma pedagogia do prazer, onde os processos de ensino e os territórios onde essa aprendizagem ocorre não sejam hostis ao corpo e seus significados. No entanto, a proposta da escritora foi distorcida quando um vídeo de sua apresentação foi tirado de contexto. As imagens viralizaram numa tentativa de descredibilizar a pesquisa da artista e atacar as universidades públicas com discursos como “isso é balbúrdia” e “gasto de dinheiro público”. Confira a íntegra deste artigo do Conquista Repórter.
Militante do Movimento LGBTQIAPN+, a mulher trans Tieta Rodrigues sofreu tentativa de feminicídio no último final de semana em Vitória da Conquista. O crime brutal aconteceu na noite do sábado (11), quando foi violentamente agredida por um suposto cliente que encontrou na movimentada Avenida Bartolomeu de Gusmão, próximo a Rodoviária de Vitória da Conquista.
Bastante machucada, Tieta conseguiu fugir e foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência à Unidade de Pronto Atendimento do Complexo Hospitalar de Vitória da Conquista.
Na tarde desta terça-feira (14), ao lado da advogada Priscila Heine Bathomarco Ávila e duas amigas, Tieta prestou queixa na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, conforme o BLOG DO ANDERSON registrou. O caso é acompanhado pela delegada Christie Correia Santos Marinho de Andrade. A reportagem do BATV [TV Sudoeste] traz os primeiros detalhes.
O segundo e último dia do Festival Suíça Bahiana, neste domingo (15), manteve a estrutura de shows inéditos, canções autorais, encontros inesperados entre artistas de diferentes estilos, e tudo isso entremeado por apresentações de DJ’s. A produção do Coletivo Suíça Bahiana foi um dos pontos elogiados pelo público, além da qualidade da programação musical e da valorização de temas como a acessibilidade e a preservação do meio ambiente. “É um evento que se consolidou. Que vem acontecendo há treze anos e é Lei Municipal. Então, não pode mais ficar fora da agenda cultural de Vitória da Conquista”, avaliou Gilmar Dantas Silva, técnico em Assuntos Culturais da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer (SECTEL) e responsável pela curadoria do Suíça Bahiana. Passaram pela Concha Acústica do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima o Duo Finlândia, com a participação de Gabriela Mello; Africania, que dividiu o palco com Lerry; Supremo, tendo como convidada a cantora Eulá; e a headliner do evento, Rachel Reis. Entre um show e outro, o público dançou e apreciou o som dos DJ’s Paulinha Chernobyl e Lerry. Em sua participação como convidada do Duo Finlândia, a violoncelista, cantora e professora de música Gabriela Mello cantou e tocou em duas canções da dupla de anfitriões: “Nandhara” e “Cariri Junino”.
Entre ambas, incluiu um intermezzo com a citação de um trecho da música “Amarração”, composta pelo cantador Elomar Figueira, que, aliás, é avô de Gabriela, filha do maestro João Omar Mello. Assim, o cancioneiro elomariano, com suas evocações do universo local da caatinga, mesclou-se à mistura de sons eletrônicos com referências musicais do Brasil e da Arge explicou. “Rubem Alves falava que a gente é o que a gente ama. E eu amo isso, não teria como eu não trazer um pouco disso”. Conquistense como Gabriela Mello, a cantora Eulá também participou do Suíça Bahiana como convidada.ntina, trazidas pelo Duo Finlândia. Segundo Gabriela, a escolha de “Amarração”, a título de contribuição sua ao show para o qual foi convidada, não foi por acaso. “É a maneira como eu me identifico como pessoa, não só como artista. É o que me move, a nossa tradição”,
Esteve no show de Supremo, onde cantou três músicas: “Diamantes”, “Chances” e “Mundo Imaterial”, as quais, segundo ela, exemplificam a diversidade que marca a programação do Suíça Bahiana. “Além de ser de extrema importância, é uma necessidade. Eu sempre digo que o mínimo a se fazer é entregar a diversidade. E, também, artisticamente falando, me colocar em versões e perfis diferentes do que o público talvez já esteja acostumado”, observou a cantora, que foi uma das concorrentes do programa The Voice, exibido pela TV Globo. A última atração, Rachel Reis, subiu ao palco por volta das 21 horas. Baiana de Feira de Santana, e já tendo no currículo o EP “Encosta” e o álbum “Meu Esquema” a artista está entre os indicados ao Grammy Latino na categoria “Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa”.
A premiação do Grammy será anunciada no dia 16 de novembro, em Sevilha, Espanha. E, enquanto isso não ocorre, Rachel Reis segue com sua agenda de shows pelo Brasil, arregimentando novos admiradores, entre eles, a auxiliar de logística Claudinéia Pires, que, ao reservar seu ingresso para o Suíça Bahiana, tinha como principais objetivos ver duas atrações, uma em cada dia: “O que me atraiu foi a banda Maglore e Rachel Reis”, disse. “Eu já tinha curtido Maglore antes, em Salvador. Aí, curti ontem, aqui em Vitória da Conquista”, contou Claudinéia, que aprovou também o ambiente do evento: “Foi uma edição muito organizada. As atrações foram muito boas, e a galera também foi super tranquila”. Claudinéia não foi a única a elogiar a tranquilidade que predominou durante os dois dias do evento.
A publicitária Letícia Soares, que frequenta o Suíça Bahiana, garantiu que a sensação de acolhimento está entre as qualidades do Festival. “Como sempre, muito bem organizado. Tem esse cuidado. É uma galera que preza uns pelos outros, que se cuida. A gente não sente medo de estar aqui”, analisou, ressaltando: “Para a gente, enquanto LGBT, também é importante se sentir seguro neste lugar”. Letícia integra o Coletivo POC, um movimento voltado para a comunidade LGBTQIAPN+, cujo propósito é promover atividades artísticas, como cinema, teatro e artes visuais, e estabelecer discussões sobre afetividades. O presidente do coletivo é seu amigo, o coordenador pedagógico Jonathan Soares [a igualdade nos sobrenomes é coincidência, pois os dois não são parentes, mas “irmãos de coração”, como frisou a publicitária]. Para Jonathan, que esteve em quase todas as edições e também já pode se considerar um habitué, o ato de participar do evento transcende os limites da música.
“É um lugar de reencontro, e isso me abraça. Também é um lugar de conhecimento, pois acabo conhecendo novas bandas. E é um lugar político. A gente conhece e encontra pessoas que participam dos mesmos movimentos e acreditam nas mesmas lutas que a gente. É um Festival necessário. Para além das bandas e de qualquer outra coisa, é uma resistência dentro da cidade”, observou. O músico Marx Eduardo Sá tocou em diferentes edições do Suíça Bahiana com sua banda, Os Barcos, na qual era vocalista e baixista. Desta vez, integrou a plateia do Festival, com o qual mantém uma afinidade que já dura anos. Afinal, a primeira, mesmo ano em que Os Barcos iniciaram suas atividades. “Minha história se confunde com o surgimento do Suíça Bahiana”, relatou Marx, que lamentou não ter sido possível comparecer ao primeiro dia, no sábado (14).“Queria muito ter vindo, pelo som e pelos amigos. Mas hoje, o que me moveu é justamente porque o Suíça Bahiana é um Festival imperdível”, comentou o artista.
Durante os dois dias do Suíça Bahiana, enquanto o público desfrutava da programação musical, uma equipe trabalhou na coleta de materiais recicláveis, recolhendo latas de bebida e refrigerante, além de garrafas e copos plásticos. O grupo faz parte da Acres, uma associação que reúne mais de 500 catadores de materiais recicláveis em Vitória da Conquista. A entidade é vinculada ao programa Mãos que Reciclam, desenvolvido pela Defensoria Pública do Estado da Bahia. O Mãos que Reciclam foi um dos parceiros na organização do Festival Suíça Bahiana. No sábado, a equipe recolheu aproximadamente 30 quilos de materiais. E, no domingo, a coleta rendeu entre 70 e 80 quilos. “Para nós, é um prazer imenso saber que estamos contribuindo para retirar o material reciclável do espaço. E sabendo, também, que estamos contribuindo, principalmente, com a preservação do meio ambiente”, disse o presidente da Acres, Wallace Sousa. Wallace trabalhou ao lado dos colegas Jussara Oliveira e Warley Silva. O grupo foi reforçado pela estudante Samira Costa, 12 anos, que participou da atividade para cumprir uma atividade pedagógica da Escola Municipal Cláudio Manuel da Costa, onde cursa o 6º Ano do Ensino Fundamental. “O nosso trabalho é muito importante”, afirmou a garota.
A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou o projeto que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A medida está prevista no parecer do relator, deputado Pastor Eurico (PL-PE), apresentado ao Projeto de Lei 580/07 e aos textos apensados a ele. O parecer recebeu 12 votos favoráveis e cinco contrários. A proposta ainda será analisada nas comissões de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial; e de Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Se for aprovada, seguirá para o Senado Federal. A aprovação da proposta contraria a atual jurisprudência brasileira. Há 22 anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconhece a união entre casais do mesmo sexo como entidade familiar. Pastor Eurico, no entanto, argumenta que cabe ao Poder Legislativo, e não ao STF, deliberar sobre o tema. Nesta terça-feira (10), Eurico apresentou uma complementação ao seu parecer, que inclui novos pontos.
O texto do relator mantém a proibição da união homoafetiva, e determina que a Justiça interprete o casamento e a união estável de forma estrita, sem “extensões analógicas”. Ou seja, deixa claro que essas formas de união dizem respeito apenas a homem e mulher. O novo texto determina também que o Estado e a legislação civil não poderão interferir nos critérios e requisitos do casamento religioso, sendo vedado qualquer constrangimento a ministro de confissão religiosa ou violação às normas de seus templos. O objetivo dessa medida, segundo o relator, é garantir a proteção das instituições e ministros religiosos. Pastor Eurico citou trechos bíblicos na tentativa de demonstrar que as culturas antigas julgavam a homossexualidade um fenômeno repreensível e defendeu que o instituto do casamento tem a finalidade da procriação. “A relação homossexual não proporciona à sociedade a eficácia especial da procriação, que justifica a regulamentação na forma de casamento e a sua consequente proteção especial pelo Estado”, disse. “Tentar estender o regime de casamento aos homossexuais é uma tentativa vã de mudar a realidade através de leis”, acrescentou.
Acontece nos dias 14 e 15 de Outubro, em Vitória da Conquista, a 9ª edição do Festival Suíça Bahiana, com uma novidade: desta vez, o evento acontece na Concha Acústica do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, com a participação de seis Bandas e quatro DJ’s. Além do Palco Principal, o público poderá circular por outros ambientes, como Tenda Eletrônica, Espaço Gastronômico, Espaço Kids e Flash Tattoo. Outra novidade: todas as apresentações musicais terão a presença de intérpretes da equipe da Central de Interpretação de Libras (CIL), vinculada à Secretaria Municipal de Educação (SMED). É a primeira vez, em Vitória da Conquista, que um evento musical será totalmente acessível à comunidade surda. A programação de DJ’s está em fase de definição. Outras iniciativas paralelas às atrações musicais, como ações de sustentabilidade, também estão sendo articuladas pela equipe organizadora.
Para acompanhar todas as informações sobre o evento, acesse os perfis do Festival Suíça Bahiana e da Prefeitura de Vitória da Conquista no Instagram. Os ingressos para o Festival Suíça Bahiana são solidários e podem ser adquiridos antecipadamente, por meio da plataforma Sympla. Exige-se apenas a doação de um quilo de alimento não perecível na entrada do evento. Além disso, há opções de ingressos que incluem kits especiais do evento, como copos e camisas exclusivas. É importante ressaltar que, devido à capacidade limitada da Concha Acústica do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, os ingressos garantem o acesso somente para aqueles que chegarem até às 17 horas. Após esse horário, a entrada estará sujeita à disponibilidade de espaço. Por isso, é aconselhável chegar cedo para aproveitar ao máximo essa experiência cultural.
Segundo Gilmar Dantas Silva, técnico em Assuntos Culturais da Prefeitura de Vitória da Conquista e responsável pela curadoria do Suíça Bahiana, a programação contém menos nomes do que nas edições anteriores devido às dificuldades que também vêm afetando outros eventos, tão consolidados quanto o Suíça Bahiana. “Quem acompanha o Festival Suíça Bahiana, desde 2010, sabe que esta é uma edição bem mais compacta do que costumamos entregar. Tem sido um ano muito difícil, vide os cancelamentos do Feira Noise, Festival de Lençóis, Jazz no Capão e tantos outros eventos importantes. Fazer acontecer já é um ato heroico”, registra Gilmar.
No entanto, a programação artística prima pela qualidade e, sobretudo, pela diversidade. “Conseguimos montar uma programação bem diversa, com rock, música instrumental, hip hop, eletrônica e pop, que serão interpretados por artistas LGBTQIAPN+, PCD’s e tendo ainda uma mulher preta como atração principal”, informa o curador. Ele se refere à cantora Rachel Reis, baiana de Feira de Santana, conhecida pelo EP “Encosta” e pelo álbum “Meu Esquema”. Rachel está entre as artistas indicadas ao Grammy Latino na categoria “Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa”. Os vencedores da premiação serão anunciados no dia 16 de novembro, em Sevilha, Espanha. Confira a programação.
Moradores do Centro Sul Baiano terão acesso a diversos serviços gratuitos ofertados pela Caravana de Direitos Humanos. A ação, promovida pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado da Bahia (SJDH), acontece na quarta (27) e quinta-feira (28), em Vitória da Conquista. Os atendimentos serão realizados no Complexo Integrado de Educação Básica, Profissionalizante e Tecnológica do município (CIEB – PROTEC/VCA), localizado na Avenida Frei Benjamin, s/n⁰, no bairro Brasil, das 9 às 16 horas. A Caravana de Direitos Humanos chega à região com a oferta de Certidão de Nascimento e 2ª via de RG, Retificação de Prenome e Gênero, orientação e emissão do Passe Livre Intermunicipal para pessoas com deficiência, Investigação de Paternidade [Exame de DNA], atendimento Jurídico, atendimento multidisciplinar para a população LGBT, orientação ao consumidor, com registro de reclamações, e fiscalizações nos estabelecimentos comerciais pelo PROCON. Com foco na saúde, serão disponibilizados exames laboratoriais [preventivo e teste-rápido para Infecções Sexualmente Transmissíveis – ISTs] e aferição de pressão arterial, vacinas, glicemia e avaliação nutricional. Ainda estão previstos atendimentos administrativos sobre os serviços de água e energia, com Embasa e Coelba; orientações trabalhistas; Serviço de Intermediação de Mão de Obra para Pessoas com Deficiência; emissão do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) e cadastro para os programas sociais Bolsa Família e CadÚnico. A expectativa é de 1,5 mil atendimentos, mediante retirada de senha no local.
O corpo encontrado com as mãos amarradas e marcas de disparos de arma de fogo no domingo (13), em uma Passarela na Avenida Mário Leal Ferreira, mais conhecida como Bonocô, em Salvador, seria de uma travesti. A informação foi divulgada ao g1 nesta segunda-feira (14), por Renildo Barbosa, coordenador do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT da Bahia (CPDD), órgão da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado da Bahia (SJDH). Segundo Renildo Barbosa, o órgão busca informação sobre a vítima, que segundo as primeiras informações do CPDD, seria conhecida como “Natasha”. Policiais militares receberam uma denúncia de que o corpo estaria localizado em uma passarela da Avenida Bonocô e ao chegarem ao local constataram o fato. O local foi isolado e o Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi acionado para realizar a perícia e remoção do cadáver. A Polícia Civil diz ainda não ter informações sobre a identidade da vítima. A autoria e motivação do crime são investigadas.
Ao longo da semana, a vendedora Ana Carolina Oliveira, 18 anos, estava ansiosa para participar da 2ª edição da Marcha do Orgulho LGBTQIAPN+, realizada neste final de semana por vários coletivos e movimentos que compõem a comunidade LGBTQIAPN+, em Vitória da Conquista. Ela insistiu para que a namorada, Daniele Nascimento, 19, a acompanhasse ao evento. E, na tarde deste sábado (1º), assim que ambas chegaram ao Bosque da Paquera, onde se depararam com a Feira Cultural da Diversidade e o trio elétrico onde ocorreram as apresentações dos 12 artistas convidados, Ana Carolina foi surpreendida pela companheira, que lhe ofereceu um anel de compromisso, tornando o relacionamento, digamos, mais “oficial”. “Estou muito emocionada. Estou tremendo muito, porque eu não esperava. É a nossa primeira vez na parada, também. A gente nunca tinha vindo. Eu já vinha com a emoção à flor da pele, e agora… Nossa, eu estou muito feliz”, comemorou Ana Carolina, depois de receber o presente.
Daniele se justificou pelo ato: “Ela é mais assim, gosta de demonstrações. Aí, eu achei que, se eu fizesse aqui, ia ser perfeito para ela. Foi ela que insistiu para eu vir hoje. Achei que ia ser o lugar perfeito para pedir”. E por que a Marcha do Orgulho LBGTQIAPN+ pode ser considerada o lugar “perfeito” para uma demonstração de amor desse tipo? Daniele responde com amor e dor: “Estou muito feliz e orgulhosa. Para estar aqui, a gente passa por um monte de coisas, com pais, com a família. E estar aqui hoje, representando, é muito bom”. Ana Carolina segue na mesma linha de raciocínio, mencionando sentimentos de alegria e de sofrimento: “Eu digo a mesma coisa. A gente já passou por muita coisa difícil. E meu sonho sempre foi estar na marcha, representando. E, também, faz pouco tempo que eu me assumi para os meus pais. Foi muito bom estar aqui. Estou me sentindo muito feliz”. Para muitos dos que estavam ali, o afeto predominante parecia ser o mesmo que era compartilhado por Ana Carolina e Daniele: acolhimento, palavra utilizada por vários participantes da Marcha, inclusive outra estreante, Letícia Silva, de 20 anos.
“Eu queria ter vindo no ano passado, só que não deu. É um sentimento de orgulho e acolhimento”, contou, confidenciando que se sentia mais acolhida ali do que em outros espaços que frequenta no dia-a-dia. Talvez um dos motivos para isso esteja no que apontou Adriel Paixão, 21 anos, membro da equipe de organizadores do evento: “É ótimo saber que a gente pode ser livre o quanto a gente quiser, enquanto outros não podem. Os convites foram para várias cidades onde não tem esse movimento LGBTQIAPN+”. Mas foi o organizador da Marcha, Anderson Santos Rocha, quem sintetizou da forma mais completa o que motivava todos ali a se juntarem para compartilhar afetos: “Nós ocupamos os espaços onde nos sentimos acolhidos”. Janaína Brito, dirigente da ONG Mães da Resistência, entende bem do assunto. A organização de que faz parte, presente em vários estados brasileiros, é um coletivo formado por mães, pais e familiares de pessoas LGBTQIAPN+ que se dedicam a oferecer auxílio a quem tem dificuldade de compreender e aceitar os filhos que se revelam membros dessa comunidade. Outro ramo de atuação das Mães da Resistência é auxiliar juridicamente quando essas pessoas estão em situação de vulnerabilidade ou são vítimas de violência.
Mãe de um adolescente trans, Levi, hoje com 14 anos-, a própria Janaína foi amparada pela ONG há cerca de dois anos, quando sua casa, em Poções, foi apedrejada por pessoas homofóbicas. Hoje, como integrante do coletivo, ela devolve a outras mães e pais o amparo que recebeu quando precisou. “Eles me acolheram quando passei por isso”, relatou Janaína, que foi à Marcha em companhia da amiga Rose França e do filho dela, Otávio, 22 anos. Tanto acolhimento se dá por empatia, mas também por necessidade. Afinal, como lembrou o coordenador municipal de Políticas LGBT, José Mário Barbosa, a vida não costuma ser fácil para quem integra a comunidade LGBTQIAPN+. “No Brasil, a gente continua sendo o primeiro lugar no mundo em LGBTfobia. A Bahia saiu do terceiro lugar e ocupou, no ano passado, o primeiro lugar. E nós moramos em Vitória da Conquista, estamos no terceiro lugar na Bahia, entre os 417 municípios”, informou. Mencionando esse contexto social dramático, José Mário ilustrou o quanto se faz necessária uma atuação institucional em defesa dessas pessoas, que são hostilizadas unicamente por serem quem são.
E, a despeito da violência praticada contra o público LGBTQIAPN+, as conquistas vêm surgindo gradualmente, em consequência de uma longa luta por garantia de direitos. “O Supremo Tribunal Federal legislou a nosso favor e decretou, em 2019, que o racismo LGBTfóbico está amparado na Lei 7.716, que é a lei do racismo”, disse o coordenador. “Em Vitória da Conquista, o Governo Municipal e a prefeita Sheila Lemos têm empoderado a nossa política no sentido de dar condições para atendimento jurídico e psicológico e da ampliação das redes das unidades de saúde para o acolhimento da saúde integral da população transgênero. E, também agora, na Educação, vamos ser pauta no ano que vem, na jornada pedagógica, com a política LGBTQIAPN+. São conquistas, e são muito importantes”, enumerou José Mário, para quem a Marcha foi um “momento de glória e de alegria, mas também de dizer que precisamos de pautas livres para que a comunidade seja de fato respeitada”. O secretário municipal de Desenvolvimento Social, Michael Farias Alencar Lima, também se referiu às iniciativas do Governo Municipal nessa área.
“Todo o governo entende a necessidade de nós visibilizarmos essa pauta, compreendendo que somos um governo para todas as pessoas dentro de um processo democrático. Reforçar a pauta dos direitos humanos é uma questão fundamental para nós garantirmos que a população LGBTQIAPN+ possa, cada vez mais, ampliar a sua participação na vida da comunidade, acessando direitos básicos que as políticas públicas precisam estar promovendo”, defendeu. Representando o Conselho Regional de Psicologia (CRP-03), as dirigentes do órgão, Priscila Barbosa Lins e Joice Pereira, deixaram claro que, para a categoria, não há lugar ampara profissionais que se baseiam em preconceitos. “O Conselho Federal e os conselhos regionais de todo o Brasil são contrários a qualquer prática discriminatória. A gente não trabalha com ‘cura gay’. E estamos aqui para informar que a psicologia tem que estar atuante no combate a qualquer forma de opressão e de discriminação”, garantiu Priscila.
Nesta segunda-feira (15) a prefeita Ana Sheila Lemos Andrade deu posse aos membros da primeira composição do Conselho Municipal da Diversidade Sexual e Gênero (CMDSG), um marco para comunidade LGBTQIAP+ que esteve no Centro Integrado de Direitos Humanos (CDIH), na abertura do Maio da Diversidade em Vitória da Conquista. O fato histórico demonstra o compromisso com a pauta dos Direitos humanos, na Bahia que ocupa o ranque de segundo lugar em assassinatos de pessoas LGBTPQIAP+ no Brasil e que em apenas três Cidades Baianas, incluindo Vitória da Conquista, existem políticas públicas que atendem a este público.
A posse do Conselho veio para somar, por meio da participação dos movimentos às políticas existentes. Durante a posse dos 12 conselheiros, Sheila Lemos destacou a importância do Conselho para a política de direitos humanos em Vitória da Conquista. “Nós sabemos que ainda é pouco, precisamos lutar ainda muito mais para que a gente consiga conquistar o que é básico, o respeito de todas as pessoas. O Conselho é um instrumento necessário para que a gente tenha uma sociedade mais justa e igualitária.
Quando a sociedade se junta, se fortalece, fala a mesma língua e luta pelos seus direitos, e assim vamos diminuindo as diferenças. Tenho certeza que de agora para a frente vamos conseguir fazer muito mais para a população LGBTPQIAP+”, ressaltou Sheila. O coordenador de Políticas de Promoção da Cidadania e Direitos LGBT, José Mário Barbosa dos Santos, lembrou a todos sobre a importância da construção coletiva, do envolvimento dos movimentos sociais, da Gestão Municipal para que o CMDSG fosse uma realidade.
“Essa é uma luta de todos, um marco histórico que chega no momento em que abrimos o Maio da Diversidade, mês em que falamos para todos que merecemos respeito e temos direitos de viver com dignidade, como qualquer outra pessoa. Precisamos ampliar nosso debate lembrando que há 57 anos o movimento LGBT vem lutando por estes espaços, por isso, não podemos esquecer este dia e ressaltar o quanto cada um de nós que fazemos parte desta primeira formação do Conselho é responsável pela continuidade desta luta”, declarou José Mário.
Para o conselheiro Jean Carlos Tigre, homem trans, o momento é de muita emoção. “Agora a gente passa a ter voz. Esta é mais uma conquista da nossa luta”, ressaltou Jean, que acredita que o Conselho venha a contribuir com pautas muito importantes para o movimento, como o acesso ao mercado de trabalho e políticas públicas de saúde: “Para nós saúde e trabalho são nossas lutas mais importantes”, disse.
A conselheira Isadora Almeida de Oliveira, lésbica, espera que o Conselho possa contribuir para política LGBT no município, que já possui uma coordenação e que agora conta com o órgão. “Estarmos aqui no mês de maio é simbólico, hoje às vésperas da nossa data de luta, de combate a LGBTfobia. Estamos aqui lutando e resistindo. Acredito que os coletivos que se encontraram para fazer parte deste Conselho junto com o Conselho de Psicologia, com a OAB e setores municipais irão fortalecer a luta por mais direitos”, salientou Isadora.
Em um dia histórico para Vitória da Conquista, aconteceram as eleições dos membros da sociedade civil para compor o primeiro Conselho Municipal da Diversidade Sexual e de Gênero (CMDSG). Na tarde desta quarta-feira (26), integrantes de movimentos sociais da comunidade LGBTQIAP+ se reuniram no Centro Integrado de Direitos Humanos para a escolha dos seus representantes. Quatro segmentos representativos integram a frente da sociedade civil: mulheres trans, homens trans, mulheres cis lésbicas e homens gays cis. Foram 11 candidatos inscritos, com a eleição de quatro membros titulares e dois suplentes, para exercício no biênio 2023-2025.
Uma delas foi a mulher trans Denise Ventura, do Coletivo Vagalumes, que falou sobre o significado do conselho para a comunidade LGBTQIAP+. “Este conselho veio consolidar que nós existimos, que nós fazemos parte da sociedade e estamos aqui. Então estamos nos organizando no conselho pra representar [eu, como mulher trans, e outros segmentos que estão junto com a gente, buscando fazer os nossos direitos valerem a pena”, disse. Também do Coletivo Vagalumes, Isadora Oliveira foi eleita no segmento representativo de mulher cis lésbica.
“A gente vai tentar fazer o máximo para que todo mundo se sinta representado e se sinta acolhido. E que a gente consiga fazer essa escuta e essa troca com a comunidade. A gente precisa da instituição, do poder público, pra fazer e executar essas leis, mas a gente precisa também que a população dê respaldo, e a gente cobre essas ações de fato. E esse momento, hoje, realmente é um marco histórico”, afirmou. Desde a implantação da Coordenação de Políticas de Promoção da Cidadania e Direitos de LGBT vem sendo reivindicada a implantação do Conselho. O CMDSG foi criado no ano passado pela Lei nº 2.656, sancionada pela prefeita Ana Sheila Lemos Andrade.
O coordenador José Mário Barbosa, falou da importância da sensibilidade na concretização desse marco. “Ela [prefeita] entendeu como uma ferramenta importante para a população frágil, e isso fortalece a nossa política. Isso é compromisso, é responsabilidade. Isso, sim, é governar para pessoas, que é você trazer uma política de direitos humanos com uma ferramenta que vai fortalecer mais. É emocionante, deixa a gente forte, e é gratificante saber que nós teremos ferramenta de participação de igual para igual, governo e sociedade: isso é governança”, destacou.
O CMDSG possui instância deliberativa e fiscalizadora da implementação das diretrizes das políticas LGBTPQIA+, em Vitória da Conquista. A posse dos primeiros conselheiros do órgão acontecerá no dia 15 de maio, às 18 horas, também no Centro Integrado de Direitos Humanos. Também foram eleitos para representar a sociedade civil: Jean Tigre Farias (homem trans), Felipe Souza Bonfim [homem cis gay], Wilson Luiz Granja do Prado [homem cis gay, suplente] e Cissa Nunes Barvosa Silva [mulher cis lésbica, suplente]. O órgão também possui quatro membros do Poder Executivo e dois do Poder Legislativo.
A Associação das Empresas do Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Vitória da Conquista (ATUV) demitiu os dois funcionários acusados de terem cometido transfobia contra Luna Glaskov. Ela denunciou maus tratos da parte de três funcionários da ATUV, que desrespeitaram a sua adequação civil. Luna registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil no Distrito Integrado de Segurança Pública e buscou orientação jurídica e assistência psicológica no Centro Integrado de Direitos Humanos (CIDH). Esta semana, o gerente da ATUV Lucas Góes, recebeu a visita do coordenador de Política LGBT da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SEMDES), José Mário Barbosa, que acompanha o caso, quando informou as medidas que foram tomadas após a denúncia. Segundo o gerente, foi feita uma investigação sobre o ocorrido e com a ajuda das câmeras de vídeo, foram identificados os os envolvidos. “Assim que identificamos os funcionários, nós os demitimos. Ficou a acertado com Zé Mario que vamos convidar a Coordenação LGBT para fazer um mini-curso com a equipe, para que este tipo de situação não volte a ocorrer”, declarou Lucas. Na ATUV, José Mário falou sobre as Leis Municipais, Estaduais e Federais e resoluções do Supremo Tribunal Federal que protegem e garantem o direito da pessoa trans fazer a adequação civil, que é a mudança de nome e gênero na identidade. “Nossa visita teve o objetivo de dialogar para entendermos a situação enquanto gestão municipal, pois sabemos que Luna já tomou providência em âmbito policial, por se tratar de um crime de transfobia. Então, nós oferecemos informações sobre as leis e também nos colocamos à disposição para conversar com os colaboradores sobre o assunto, como maneira de prevenir novas ocorrências”, explicou José Mário nesta quarta-feira (1).
Cumprindo o seu papel de acolhimento aos públicos historicamente invisibilizados, o Centro Integrado de Direitos Humanos (CIDH), atendeu na manhã desta quinta-feira (23), Luna Glaskov, mulher trans que denuncia ter sofrido transfobia durante atendimento na Associação das Empresas do Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Vitoria da Conquista (ATUV). Luna foi recebida pelo coordenador de Políticas LGBT da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SEMDES), José Mário Barbosa dos Santos. Segundo o relato dela, três funcionários da Atuv desrespeitaram a adequação civil que garante a Luna a mudança de gênero e também a mudança do nome social. Um boletim de ocorrência na Delegacia (Disep) foi registrado e Luna foi buscar orientação jurídica e assistência psicológica no CIDH. “A gente dialogou no sentido de dar condição de apoio, informando também que nós vamos ouvir a empresa envolvida para saber qual o conhecimento da política LGBT que os funcionários têm e informá-los sobre os decretos municipal, estadual e federal que garantem as pessoas a utilização do nome social, o que não é o caso dela, porque ela já fez a adequação civil há cerca de três anos. Então ela tem um nome na carteira de mulher, ou seja, deve ser tratada como mulher trans, como ela se apresentou”, disse o coordenador de Políticas LGBT.
O encontro foi acompanhado pela coordenadora administrativa da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SEMOB), Jamilly Santos, que ouviu o relato da usuária do sistema de transporte público e informou que, ao ter ciência do ocorrido, a Semob entrou em contato com a gerência da ATUV para que todos os fatos sejam apurados e as pessoas envolvidas no episódio responsabilizadas. “A Secretaria de Mobilidade Urbana se coloca à disposição da senhora Luna e de toda a população e reafirma o compromisso do Governo para Pessoas de realizar uma gestão inclusiva, pelo que repudiamos veementemente quaisquer formas de discriminação e atos atentatórios à dignidade humana”, afirmou Jamilly. Ao final do encontro, Luna disse se sentir acolhida e amparada. “Sei que não estou só. Estive aqui no Centro de Direitos Humanos e fui bem recebida, fui bem orientada e sei onde eu posso recorrer agora, não só eu, como todas as pessoas que necessitarem de serviço de acolhimento podem vir aqui e serão bem tratadas”, comentou. No CIDH, a equipe da Coordenação LGBT, formada por um coordenador, psicólogo, advogado e recepcionista, realiza atendimento psicológico, jurídico e ações educativas e de promoção sobre os direitos das pessoas LGBTPQIA+. O atendimento ao público é de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas.
Uma jovem de 27 anos relatou ter sofrido transfobia na Associação das Empresas do Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Vitoria da Conquista (ATUV). A estudante Luna Glasklov Lima, de 27 anos, foi vítima ao comparecer para atualizar o cadastro que dá acesso ao sistema. Durante o atendimento, que aconteceu na sexta-feira (17), Luna Glasklov, relatou que foi tratada no masculino pela recepcionista, mas decidiu ignorar a situação. Entretanto, ela continuou sendo tratada pelos pronomes incorretos durante o atendimento. “Eu não absorvi aquilo no momento e decidi prosseguir com meu atendimento. Chegando na mesa onde seria feita a renovação, a atendente também me tratou no masculino, mesmo em posse do meu documento” relatou. Ao chamar a gerência para tratar o ocorrido, o tratamento transfóbico continuou. “Ele também começou a me tratar no masculino. Eu falei ‘não sou senhor, é senhora. Meu nome é Luna, sou uma pessoa trans e os pronomes usados são ela/dela. Mas, mesmo assim, ele continuou a me chamar de senhor”. Luna prestou Boletim de Ocorrência na 77ª Companhia Independente de Polícia Militar e também na 1ª Delegacia Territorial de Polícia Civil no Distrito Integrado de Segurança Pública de Vitória da Conquista.
Há três anos, a transfobia passou a ser considerada crime pelo Superior Tribunal Federal (STF), e os atos devem ser enquadrados no crime de racismo. Segundo a Coordenação de Políticas LGBT, Vitória da Conquista tem mais de 33 mil LGBTQIA+. O coordenador José Mário Barbosa dos Santos criticou a postura dos funcionários da ATUV, que está sob intervenção municipal, e declarou que a conduta do gerente é considerada crime. “Ela tem um nome já com adequação civil, não cabia o nome masculino. Não cabe o uso do artigo ele, para que respeitasse aquela identidade, aquele corpo, aquela pessoa”, disse. A advogada de Luna, Luna Vitória Santana, explicou que a identidade de gênero é considerada direito da personalidade, assegurada pelo Código Civil, e que o processo de ratificação de registro é livre de qualquer modificação corporal. ”Os fatos serão analisados, mas já é possível identificar uma negação à sua própria dignidade, já que o sistema de justiça entende que a identidade de gênero faz parte da dignidade da pessoa humana”, declarou Luna na reportagem do Jornal da Manhã [TV Bahia] que foi ao ar nesta sexta-feira (24).
A possibilidade de destinar recursos com emendas parlamentares para a execução das Políticas Públicas de Direitos Humanos foi sinalizada pela deputada federal Rogéria de Almeida Pereira dos Santos (Republicanos-BA) em visita nesta quarta-feira (22) às instalações do Centro Integrado dos Direitos Humanos (CIDH), que foram inauguradas no mês passado. Acompanhada do ex-vereador Sidney Benedito de Oliveira, que atualmente está nomeado na Secretaria Municipal de Educação, a deputada conversou com os coordenadores de Políticas para Mulheres, Dayana Evelinne Andrade dos Santos Araújo, Políticas LGBT, José Mário Barbosa dos Santos, e de Juventude, Melry Rocha Amaral, sobre a política de direitos humanos desenvolvida pelo Governo Municipal. Vitória da Conquista é o primeiro do Nordeste Brasileiro a implantar um Centro Integrado que concentra essas políticas em um único equipamento. “Gostei muito da proposta do próprio centro, que reúne em um único espaço as diversas demandas da população. Hoje, eu me propus a conhecer este espaço para me apropriar destas demandas, para que junto com o poder público local possamos contribuir com a área de Direitos Humanos do município, trazendo recursos federais para que Conquista possa ter aquilo que ela tanto precisa, que é o desenvolvimento social mais justo e igualitário”, ressaltou Rogéria.
Criada há sete meses através da Lei Nº 2.556/2022, sancionada pela prefeita Ana Sheila Lemos Andrade, do União Brasil, o Conselho Municipal de Diversidade Sexual e Gênero de Vitória da Conquista segue inativo. Entidades e Movimentos Sociais questionam a demora no processo de implementação no órgão.
Na imagem em destaque a prefeita Sheila exibe a Lei juntamente com o vereador Luís Carlos Batista de Oliveira, o Dudé, do Movimento Democrático Brasileiro, então presidente do Parlamento Conquistense, como mostra a reportagem do BLOG DO ANDERSON. “Eu acredito que o que falta na verdade é um pouco mais de empenho da gestão atual para que isso aconteça, porque depende, metade do Conselho é formado por membros do Poder Público. Então a última vez que a gente teve na Coordenação para conversar sobre isso, falaram para gente que faltava fechar esses nomes, quem é que viria da Câmara, quem é que viria de cada Secretaria, para a gente poder ir então para órgãos, organização da Sociedade Civil para definir os nomes e a gente fechar esse Conselho”, comentou Wilson Luiz Granja do Prado, presidente do Núcleo Vagalumes.
Na reportagem do UESB Notícias [TV UESB] que o BLOG DO ANDERSON repercute neste domingo (19), o ativista Wagner Silveira também faz a sua cobrança para que ativação do Conselho sem a necessidade de protestos. O Governo Municipal de Vitória da Conquista não quis comentar sobre o assunto.
Com dez dias, mais de 2,6 mil horas de música e cerca de mil atrações, sendo mais de 600 nos circuitos oficiais e outras 400 espalhadas por dez bairros da Capital Baiana, a maior festa popular do planeta retorna após dois anos de hiato, devido à Pandemia de Coronavírus. Com o tema “O Melhor Carnaval do Mundo Voltou”, as atrações de Salvador foram apresentadas nesta terça-feira (7), pelo prefeito Bruno Reis, acompanhado de gestores municipais, no Wish Hotel da Bahia, no Campo Grande. Durante a apresentação, o prefeito ressaltou a necessidade de valorizar ainda mais o Carnaval do Centro da cidade, bem como de garantir um apoio mais efetivo às entidades carnavalescas convencionais, bem como aos blocos afros e afoxés.
“Esse será o maior Carnaval em todas as áreas. Na contratação de atrações, na estrutura que a Prefeitura vai mobilizar. Os órgãos municipais ampliarão seus serviços. Faremos juntos o melhor Carnaval de todos os tempos. Estamos fazendo um forte movimento para reposicionar o Carnaval do Centro. Queremos trazer de volta a juventude para as ruas, e resgatar as origens e a força cultural do Carnaval. Temos novos produtos para fortalecer a festa. Também vamos dar destaque aos blocos afros, de índios e afoxés. Estamos fazendo investimentos expressivos para apoiar estas entidades”, declarou Bruno Reis.
O chefe do Executivo explicou ainda que mais de 150 instituições receberão o apoio direto da Prefeitura, buscando fortalecer todo o arcabouço cultural da festa, garantindo a alegria do folião e a preservação da história. “Esse é o nosso maior potencial cultural. Então, são esses os dois pilares que devemos nos basear: reposicionar o Carnaval do Centro e fortalecer o lado cultural da festa, em especial com blocos que transmitem e refletem nossa história. E é por isso que tenho absoluta certeza de que faremos do Carnaval deste ano uma festa linda nas ruas de Salvador, tudo com muita alegria, segurança e comodidade para todos”.
O público sedento pelo retorno da folia já terá uma prévia da festa neste final de semana, com o pré-Carnaval do Fuzuê, que levará 42 atrações no sábado (11), e do Furdunço, com 53 grupos e artistas no domingo (12). Juntos, os dois eventos vão reunir 95 atrações no Circuito Orlando Tapajós (Ondina/Barra), para pavimentar o início do reinado de Momo. Totalmente gratuitos, os eventos de pré-Carnaval contarão com grandes atrações musicais, como Gerônimo Santana, BaianaSystem, Mudei de Nome, Escandurras, Danniel Vieira, Lincoln Sena, Tuca Fernandes, Armandinho e muito mais.
Com o tema “Balança o Chão da Praça”, em referência a Moraes Moreira, primeiro cantor de Trio Elétrico, e show de Daniela Mercury, o Carnaval do interior da Bahia foi lançado na noite de sábado (4) durante evento em Itacaré, no Litoral Sul Baiano. Na ocasião, o governador Jerônimo Rodrigues Souza anunciou os investimentos para a Folia Momesca deste ano, além de detalhar os municípios que terão apoio do Governo Estadual após anos sem festa por causa da Pandemia de Coronavírus. Além de Itacaré, Jerônimo Rodrigues anunciou investimentos para a folia de mais de 60 cidades. Entre elas estão: Alcobaça, Angical, Barra do Mendes, Belmonte, Bom Jesus da Lapa, Brotas de Macaúbas, Cabeceiras do Paraguaçu, Cândido Sales, Camamu, Caravelas, Correntina, Esplanada, Itabuna, Itacaré, Itiuba, Jussiape, Lapão, Madre de Deus, Lauro de Freitas, Nova Fátima, Palmeiras, Paramirim, Porto Seguro, Prado, Rio do Pires, Santa Bárbara, Tanquinho, Várzea do Poço, Cipó, Paratinga e Itaparica.
A cerimônia também contou com a presença do vice-governador Geraldo Alves Ferreira Júnior, de secretários estaduais e prefeitos. Em relação à segurança da Festa Momesca, o Governo Estadual detalhou que a Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) vai mobilizar mais de 4,5 mil policiais militares e monitorar os eventos através do sistema de inteligência das Polícias Civil e Militar, que terá o reforço de mais 300 câmeras instaladas nos circuitos. Entre os municípios contemplados pelo sistema de segurança estão Esplanada, Itabuna, Itacaré, Bom Jesus da Lapa, Lapão, Lauro de Freitas, Nova Fátima, Prado, Porto Seguro, Alcobaça e Madre de Deus. A Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDH) e a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da Bahia (SEADES) vão trabalhar em conjunto, durante o Carnaval, no enfrentamento aos crimes e violências contra pessoas LGBTQIAP+, crianças e adolescentes, idosos e pessoas com deficiência. Também irão monitorar e encaminhar denúncias de exploração sexual e trabalho infantil. Já a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) vai estar na festa de diversos municípios com a ação “Respeita as Mina”, já conhecida no Carnaval de Salvador.
A secretária da pasta, Elisangela Araújo, destacou a importância dessa campanha para o combate às violências contra as mulheres durante o período momesco. O Governo do Estado da Bahia também detalhou que nos circuitos da folia serão instalados postos de testagem rápida para diagnóstico de HIV, sífilis e hepatites virais. Haverá, ainda, a distribuição de preservativos durante o carnaval para prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB) também fará um reforço nas equipes de assistência à saúde nos hospitais regionais. Entre ele estão: Hospital Regional Mário Dourado Sobrinho, em Irecê, Hospital Regional Deputado Luís Eduardo Magalhães, em Porto Seguro; Hospital Regional Costa do Cacau, em Ilhéus; Hospital Regional Dantas Bião, em Alagoinhas; Hospital Regional de Juazeiro, Hospital Regional do Oeste, em Barreiras, Hospital Regional da Chapada, em Seabra, Hospital Regional de Guanambi, e Hospital Geral Clériston Andrade, em Feira de Santana.
O Papa Francisco foi de encontro para a criminalização da homossexualidade. Apesar de afirmar que as pessoas LGBTQ cometem um “pecado”, julgou não ser correto considerar que estão praticando um crime. “Não é crime. Mas é um pecado. Tudo bem, mas primeiro vamos distinguir entre um pecado e um crime. Também é pecado não ter caridade com o próximo”, disse Papa Francisco, em entrevista para a Associated Press dada nesta terça-feira (24). O líder da Igreja Católica ainda disse que não é justo que legislações busquem punir a comunidade LGBTQ. Ele ainda disse que os bispos precisam ter um olhar social para o assunto.
Uma das estratégias que a prefeita Ana Sheila Lemos Andrade, do União Brasil, utilizou nas Eleições 2022 aconteceu no bairro Jatobá, na Zona Oeste de Vitória da Conquista, porém acabou virando muita polêmica e poderá repercutir positivamente ou negativamente nas Eleições 2024. No atual estágio certamente fica para a segunda opção, mas Sheila poderá mudar, caso consiga concretizar a promessa.
No momento as 54 vias que seriam pavimentadas através da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF), cujos recursos foram alocados pelo deputado federal Elmar José Vieira Nascimento (UB-BA) estão paralisadas e as queixas são de todos os lados. O orçamento é de R$ 8 milhões para pavimentação com Aplicação de Tratamento Superficial Duplo (TSD).
A prefeita Ana Sheila informou que acionou a CODEVASF, porém até a manhã desta quarta-feira (25) as máquinas não haviam retornado às atividades. No Município de Guanambi boa parte dos serviços executados desapareceram e o vice-prefeito Arnaldo Pereira de Azevedo, também do União Brasil, lançou um vídeo no Instagram denunciando o imbróglio que tem revoltado a comunidade.
Na manhã desta quarta-feira (25) o Redação Brasil [Rádio Brasil] exibiu a entrevista com a indignação de um cidadão que reside no Loteamento Jardim Valéria que é reproduzido aqui no BLOG DO ANDERSON. O deputado federal Waldenor Alves Pereira Filho (PT-BA) tem se manifestado contrário a qualidade do material utilizado nas localidades. A CODEVASF ainda não se manifestou.
Ao som do agogô e do xequerê, o governador Jerônimo Rodrigues, o novo secretário da Cultura, Bruno Monteiro, e a ex-secretária da pasta, Arany Santana, foram recebidos pelo Afoxé Filhos de Gandhi, no foyer do Teatro Castro Alves, em Salvador, para a transmissão de cargo de titular da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult). Entre os convidados, várias gerações de artistas, como Caetano Veloso, Gerônimo Santana e o músico Russo Passapusso, da banda Baiana System.
Para o governador, a Bahia, por seu berço cultural, irá contribuir com a cultura do Brasil. “Quero pedir que a gente faça um grande mutirão, um mutirão representado por um tema tão forte para o governo Lula e para o meu, que é o combate a fome. Enquanto tiver uma criança, um adulto, um jovem, um idoso com a barriga roncando, não podemos dizer que estamos felizes. A fome de cultura também me chama, nós vamos alimentando e abastecendo cada barriga, cada ouvido, cada coração”, afirmou.
De acordo com Jerônimo, é necessário oferecer oportunidades que vão de um extremo ao outro: “precisamos incluir os artistas, os fazedores da arte, os trabalhadores da cultura, nós precisamos olhar para aqueles que estão mais distantes de qualquer tipo de orçamento, qualquer tipo de apoio. Vai ser assim no nosso São João, no nosso Carnaval, nos aniversários. Será assim nas festas culturais em cada canto”. Jerônimo Rodrigues aproveitou a ocasião para convidar Arany Santana para assumir a Ouvidoria Geral do Estado. A ex-secretária de Cultura aceitou, de pronto, o convite.
Presente na cerimônia, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, falou sobre os desafios à frente da pasta no Governo Federal: “aceitei por entender o significado de poder fazer essa representação dos artistas, do povo da cultura, trabalhadores, trabalhadoras. Eu, mulher negra, que tenho, na minha vivência, essa travessia de 35 anos de carreira com tantas coisas para enfrentar e superar. Vocês são testemunhas da minha trajetória. Eu amo a Bahia, amo a minha cidade, amo essa representação que nós temos e, também, tenho sentimento pela cultura da arte brasileira, em toda sua dimensão e todos seus desdobramentos”.