Grandes decisões políticas de Conquista saíram do Bar do Badu, como, por exemplo, a indicação de Jadiel para ser prefeito da cidade
Por Luis Fernandes
Frequentado por intelectuais, o “Bar do Badu” era a perfeita tradução do boteco bem-apessoado. Surgido em 1965, na Praça Vitor Brito (onde hoje é a revenda de veículos Jocar), a clientela fiel costumava bater ponto por ali para conversar de tudo. O bar era reduto da velha-guarda da boemia conquistense, bem como dos “cabeças pensantes” da cidade, tanto de direita quanto de esquerda. Mais de esquerda, pois a camaradagem se encontrava lá depois de discutir Marx, Lênin, a “Ditadura do Proletariado”, a “Ditadura Militar” e a política local. Aliás, o próprio dono do bar era simpatizante das idéias comunistas. Baduzinho (Atenor Rodrigues Lima, nascido no dia 7 de outubro de 1937 em Itambé-Ba), foi preso em 1964 pelo capitão Bendoqui por pichar os muros de Conquista com frases do tipo “Fora a Ditadura”. A pichação, segundo o próprio bodegueiro (hoje com 73 anos) era com “piche” (de asfalto). No depoimento para Bendoqui ele disse que só levava o balde… Ponto de encontro da elite intelectual, o Bar do Badu (uma homenagem ao pai de Atenor, “Seu” Balduíno Rodrigues Lima) era frequentado por Camillo de Jesus Lima, Dr. Cana Brasil, Dr. Hugo de Castro Lima, entre outros simpatizantes do Comunismo. Mas também, ainda na década de 60, outros habitués, que não de esquerda, freqüentavam o bar, gente formadora de opinião.