Mais uma vez, volto para contar um episódio (causo) que aconteceu, quando morávamos em pensionato, lá em Salvador. Naquela moradia (mais de 20 pessoas), tudo era motivo para brincadeiras e gozações. O sujeito enfezado, aquele que chamamos de ferrado e que pega ar com a maior facilidade, sofria. O pior é que a “galera”, ao descobrir alguém assim, não deixava o coitado em paz. Se o cabra fica p. da vida por causa de um apelido, aí é que pega mesmo. Todos passam a chamá-lo pelo apelido. E são vários. Se o cara é gordo, existe um leque der alternativas, meio quilo, casa da banha, baleia, entre outros. Se é possuidor de orelhas grandes, certamente, lebre ou coelho são os principais apelidos. O baixo é sempre chamado de pintor de roda pé, tamborete de forró, anão de jardim e por aí vai.
Resultados da Busca por paulo ludovico
Um problema de solução prática
Já contei, aqui, alguns casos de quando, lá pelas voltas de 79 ou início de 80 (do século passado), morei em pensionato, em Salvador. Nunca me esqueço de minha chegada á capital do Estado, quando, eu e meu irmão, carregados de malas e de caixas de biscoito, carne de sol, goma de beiju e os cambaus (matuto do interior é sempre assim, acha que na cidade grande não tem nada), tivemos de enfrentar 15 andares de escada. É que os elevadores do prédio (todos os três) estavam com defeito. Já até contei essa aventura “alpinística”, num desses casos passados. Quem passou pela experiência de morar em pensionato, dificilmente vai se esquecer das coisas que se “assuscederam” ali. Tive alguns companheiros que, vez por outra, me vêem à lembrança. Domingão, Tidão, Levi (o da carne de sol), Raimundo Baiano (velho flamenguista) e o inesquecível Hermison (já contei alguns casos dele) Pois bem, nossa história de hoje (“verdadeiríssima”, eu estava lá) refere-se à vida de pensionato. Antes de começar o caso propriamente dito, tenho de situar você, que lê essas linhas, no ambiente em que ele aconteceu.
Trocando o significado da palavra
Depois de uma parada, causadas pelos afazeres de final de Semestre, na Fainor, essas coisas de prova (de Unidade e Final), arrumar cadernetas etc., volto com mais um caso.
Por Paulo Ludovico
Não gosto muito de viajar. Acho que tenho traumas dos tempos em que era tachado de gordo. Um amigo meu quando me ouve falar isso, vai logo dizendo: “tachado não, tu era gordo mesmo. Com 197 quilos, o que você queria?”. Aliás, gordo, não, eu era obeso. E o que é pior. Depois de certo tempo, juntaram outra palavra a essa que já é feia e marcante, mórbido. Ou seja, passei a ser um OBESO MÓRBIDO. Era só uma pessoa me encarar um pouco mais demoradamente e eu já lia em seus lábios, ainda que silenciosos: O-BEEE-SO (demorava bem no “BE”, só prá irritar) MÓR-BIIII-DO (o mesmo no “BI”). E você não pode, nem de longe, demonstrar sua irritação, caso contrário torna-se apelido e morre com você, ninguém mais tira. Tenho dois conhecidos. Um de olheiras enormes e abertas que lhe causaram o apelido de “Lebre”. O outro, que tinha (e tem) o narigão (daqueles que teriam de pagar impostos por absorver mais oxigênio que todo mundo), recebeu, oportunamente, o apelido era “Pinóquio. Os dois se irritavam por causa do apelido. Não deu outra, até hoje, os infelizes são conhecidos pelo apelido de juventude, Lebre e Pinóquio. Até a mãe de um deles, a de Lebre, chama o filho pelo apelido. Nesses casos, o ideal é disfarçar, fazer de conta que é com outra pessoa. Mas o que tem isso com viagem? É que, para o gordo (o gordão) viajar de ônibus é um suplício. Olhar para a cara de decepção (pra não dizer de desespero) de quem se senta na poltrona vizinha à que você vai se sentar, seria hilário, se não fosse trágico. A solução é comprar duas cadeiras. Já de avião, o problema são aquelas cadeiras estreitíssimas. Para o obeso, é outro “deus nos acuda”. O jeito, pra mim naqueles tempos, era viajar de carro. Gosto de dirigir, mas hoje, a intensa movimentação nas estradas, o que antes era um prazer passou a ser um pesadelo, além de toda a insegurança. Agora, bem mais magro (80 quilos a menos), não tenho problemas com acomodações (seja em avião ou ônibus), mas ficou o trauma. O certo é que não gosto de viajar. No máximo, a Salvador, num vôo de menos de uma hora.
O “sinuquista” bom de papo
Por Paulo Ludovico
Está aumentando o número dos que apreciam essas minhas histórias. Hoje, agradeço a assiduidade da leitura de Juliana Cardoso e de Carla Pires. Vamos à história, começando, claro, pelos preparativos. Conheço uns caras bons de “papo”. Daqueles que têm a conversa bonita e, na ponta da língua, sempre uma história pra se livrar das situações mais esquisitas e difíceis possíveis. Só pra exemplificar, um desses que conheço pesava uns 150 quilos. Um cara simpático e brincalhão, como a maioria dos “gordinhos”. Certa feita, uma distinta jovem, querendo ofendê-lo depois de algumas trocas de “gentilezas” (de parte a parte) e se referindo à obesidade daquele gordinho ágil com as palavras, diz: – O senhor deveria se olhar no espelho! Seu Gordo!!!!
Comercial Ramos: Sócios na Europa
Foto: Arquivo Pessoal
Os irmãos e diretores da Comercial Ramos Joseval (Val) e Josenilson (Nilson) e a esposa, Dione, o irmão deles, Josevando (Vando) e esposa, Angeli, e mais Enzo, Alan, Ronaldo, Pepito, Léo, e Laura, além de pessoas de outros Estados, comerciantes de tintas, da marca Iquine, fazem viagem turística pelo Norte e Nordeste da Europa. Uma viagem que começou na última quinta-feira (7) e vai até o dia 18 de junho. Compõem o grupo turístico diretores de empresas de materiais de construções de diferentes Estados brasileiros. Todas as despesas da viagem estão sendo pagas pelas Tintas Iquine, que selecionou, de cada Estado, representantes das empresas campeãs de vendas. Na Bahia, quem mais vendou Tintas iquine foi a Comercial Ramos, ficando, disparado, em 1º lugar. O grupo chegou a Portugal, no último sábado ( 9), e, a bordo de um transatlântico, partiu em cruzeiro, passando pela Dinamarca, Alemanha e Estônia. Hoje,a vista é à Rússia. Ainda fazem parte desse roteiro turístico a Finlândia e a Suécia, quando os turistas retornam a Portugal. A previsão de chegada ao Brasil é no domingo, dia 18 de junho.
(Paulo Ludovico)
O furto da dentadura
Por Paulo Ludovico
Corriam os idos de 1977. Morávamos no Centro de Salvador, num pensionato que se dividia em dois locais. Um deles ficava num prédio situado na Rua Areal de Cima. Eram um apartamento de três quartos e (para nosso desespero) apenas um banheiro. Ficávamos em um desses quartos eu, Hermison Marques (contabilista em Conquista) e o velho Domingos, o “Domingão”. Foi uma convivência de cerca de dois anos que, até hoje, tenho saudades. O outro alojamento, na Rua Areal de Baixo (a uns 200 metros daquele onde passávamos a maior parte do tempo) tratava-se de uma casa, a de número 7, onde morava a cúpula diretiva daquela instituição, ou seja, a dona do pensionato, Dona Lourdes e suas filhas (todas carecidas do atributo beleza, diga-se de passagem, mas que tínhamos de dizer tratar-se de “gatas”, para gozarmos de certos privilégios à mesa). Nesse local, o do Areal de Baixo, era onde fazíamos as refeições. Aliás, os pensionistas que moravam no apartamento do Areal de Cima só iam ali para as refeições e pegar as cartas que chegavam de suas respectivas cidades (as cartas eram o nosso meio de comunicação, não havia internet – facebook, orkut, twiter e outras parafernálias do gênero). No Areal de Cima, além doa que já mencionei, moravam Jornando Vilas Boas (que foi prefeito de Bom Jesus da Serra), José Brasil, mais uns adolescentes de Jequié e um sujeito belga (não me lembro o nome). Ah! Esse belga, um tipo alto (mais de 1,90m de altura) e forte. Brigava quase todos os dias. É que, ele não gostava de tomar banho e sempre se irritava, quando tentávamos convencê-lo da necessidade de certa higiene, ainda que uma única vez por semana. Nunca, depois daqueles tempos vi (ou senti) uma criatura feder tanto. Até hoje, fecho os olhos e lembro-me daquela figura. Um sujeito até simpático, loiro de olhos azuis, bonito (lá ele) eu diria, mas de um fedor insuportável. Hermison sempre comentava ou observava sobre o estado do belga: “Paulo você sentiu a “inhaca” do danado hoje?” Era impossível não sentir. O “bicho” fedia da cabeça aos pés. Chulé, amigo, chulé! Mas, deixemos o belga prá lá, ele não é protagonista dessa nossa história.
A Pesca
Por Paulo Ludovico
Acho difícil que alguém se esqueça dos tempos de escola. Eu, pelo menos, nunca me esqueço dos meus. Escola de Dona Mariquinha. Foi lá onde tomei contato, pela primeira vez, com o viver em sociedade. Certamente, quem passou pelas mãos de Dona Mariquinha, tem a letra bonita e bem desenhada. Era exigência dela. Tínhamos de escrever com aquela letra bem feita, quase uma obra de arte e “dentro da linha do caderno”, dizia a velha mestra. Lembro-me de um colega daquela época: João José, filho de Clínio Almeida e Iolanda Assis, o irmão dele, Clininho, foi outro daqueles tempos. Escola São Tarcísio, não o dos últimos dias (Instituto São Tarcísio), mas o princípio dele. Antes de se transformar em Ginásio São Tarcísio e, depois, Instituto São Tarcísio, eram duas salas no fundo da casa dos pais das irmãs Edna (de saudosa memória), Edméa, Ednalva e Ednália. Freqüentei a escola até o último ano ginasial, já na Olívia Flores. Isso em 1971. Não havendo, naquela época, o 2º grau no São Tarcísio, saímos de lá, eu e tantos outros colegas que nunca deixarão de alimentar as minhas lembranças. Perpétua Correia, Fernando e Crésio (filhos de Dr. Fernando Dantas Alves), Pedrinho Moraes, Sandra Ferraz e a bela e cobiçada Gracinha Duarte.
Um problema de fácil solução
Por Paulo Ludovico
Antes de começar o caso de hoje, mando uns abraços e agradecimentos, claro, a todas as pessoas que confessam ser leitoras dessas minhas histórias (todas verdadeiras, juro). Entre elas, Paula Sande e Maria Luíza Cordeiro (ambas trabalham na Fainor). Mas, vamos ao caso. Também verdadeiro. Esse que contou a mim foi o meu amigo Viturino, mais conhecido como “Tio Vito” (esse sim, um verdadeiro contador de causos). Em Conquista, há pouco tempo, existiu certo cidadão, bastante conhecido. Não posso dizer que foi meu amigo, mas fez parte do círculo de pessoas próximas a mim. O nome dele não importa muito em nossa história, mas, se estivesse vivo teria, hoje, uns 55 anos de idade, acredito. Ele era portador de problemas relativos à coordenação motora. Andava e falava com dificuldades. Mesmo assim, não tinha qualquer deficiência de raciocínio ou de discernimento das coisas. Discutia sempre com conhecimento de causa e, a depender do assunto, sua argumentação era de fazer inveja a muitos. Era de habilidade extrema em trabalhos manuais. Consertava relógios com visível competência, inclusive, manuseando, com a ajuda de pinças, aquelas minúsculas peças, que, em muitos casos, para melhor enxergar, havia a necessidade da utilização de lupas.
Minha caminhada na Olívia Flores
Por Paulo Ludovico
Tão esperado quanto chegar aos 18 anos de idade é chegar aos 50. Se, no primeiro caso, é grande a ansiedade, pela incerteza, no segundo (os 50), o sentimento é de apreensão. Eu, até, já ultrapassei a esse limite. Já completei 55 anos de idade (mais de meio século). Não sei se, a cada aniversário, o motivo é de se comemorar ou se é de desespero por estar, cada vez mais, perto da morte. E passei dos 50 de maneira completa, respeitosa, com tudo que tive direito. Ou seja, os cabelos, alem de esbranquiçados, quase não existem mais, subiram as taxas de açúcar no sangue, subiu a pressão (vou até rezar pra outras coisas continuarem no mesmo tom, subindo), o velho coração já andou reclamando etc. Um amigo de longas datas diz sempre:

Berimbau mais açúcar
Em todos os cantos existem pessoas que nascem para um determinado tipo de atividade. É aquela danada da vocação. E tem de ser respeitada mesmo. Muito cabra bom, pensando saber o que quer, às vezes se perde no meio do caminho e, quase sempre, tem de voltar pra se submeter à tal da vocação. Ser comerciante, por exemplo, só para quem tem jeito. Comprar bem, sentir a exigência do mercado e saber vender. Tudo isso é que forma a arte do ser comerciante. Ver o “caboco” (certo seria caboclo) em pé, ali por perto, olhando pra sua mercadoria, e como diz o matuto, tirar uma mira do sujeito, e daí, ter o retrato dele. Vai comprar ou só quer “encher o saco”? Será que é bom pagador? Tem comerciante que bota na prateleira exatamente o que o povo quer. Isso é um dom. Conheço muitos assim. Quando eu era garoto, conheci “seu” Zoroastro Pinto, avô de Zó e Kel. Ele era dono de uma loja que ficava ali na Travessa Lima Guerra. Tinha de tudo. Quem quisesse consertar um ferro-elétrico, faltou peça no mercado, “seu” Zoroastro tinha. E não era só isso, não. Seu Zoroastro tinha qualquer tipo de parafuso (ainda que fosse uma unidade de cada um. Outro assim era João Couto, que ficava no Mercadão. Esse, também, tinha de tudo mesmo. Até galocha (será que alguém sabe o que é isso?) o homem tinha. E por falar em João Couto, ainda esta semana o Aparecido, dos melhores professores de Matemática que já conheci (aquele mesmo de outros casos, já contados por mim), me contou essa de João Couto, o comerciante que vendia de tudo.
Jorge e as goteiras
Por Paulo Ludovico
“Esse cara é pior do que uma cancela”.
Assim, muita gente se refere àquelas pessoas pouco gentis (gentis, “educadamente” falando, porque no velho e bom “portuga” é bruto mesmo). Ser pior do que uma cancela é aquele tipo de sujeito que a brutalidade é tanta que os amigos se referem a ele como “um sujeito de estopim curto”. E assim é essa história (ou seria estória) de hoje. Ela fala de um sujeito desses, pior do que duas cancelas quando vêm de ladeira abaixo e batem no mourão, arrasando meio mundo. E se tiver um matuto por perto certamente ele diria: “Eita peste, essa pancada aí estralou mermo sô!”. Morou em Conquista, naquela praça onde fico o Fórum (era a Rua das Sete Casas, onde o professor Jarbão brincou muito, quando criança) um homem bom à toda prova, o Sr. Jorge Teixeira. Dizem, os que o conheceram, que ajudar aos outros era com ele mesmo. Mas, dizem também que, quando Deus estava distribuindo paciência aos homens, ele, o velho Jorge Teixeira, se esqueceu de passar por lá. O que o homem tinha de bom, tinha de pouco paciente. Ele era tão sem paciência que o seu estopim não era curto não, nem estopim o filho de Deus tinha.
A carteira e os perus
Por Paulo Ludovico
Essa, dizem, aconteceu com “seu” Jovelino, homem de muitas posses e bastante conhecidoem Conquista. Elefoi pecuarista, com grande quantidade de terras na região de Itambé. A fazenda do homem era “um mundo véi de terra”, dizia um “caboco”. Jovelino tinha mais boi no pasto do que Itambé tinha de gente. Pois a história é assim: Numa bela manhã qualquer de um dia qualquer, o “seu” Jovelino saiu pro costumeiro bate-papo, ali na Praça Barão do Rio Branco. Aliás, diga-se de passagem, muita coisa acontece em Conquista, justamente na Praça Barão do Rio Branco. Ali tem de tudo, se vende, se compra, se faz negócios. Na praça é contada a vida da cidade, se sabe do proceder de todos. Quem casou, quem largou, quem juntou, quem “inricou” e quem “quebrou”. Ali dá de tudo. Mas a Praça não é só isso, lá os velhos amigos se encontram pra falar de suas venturas, desventuras e, também, das aventuras. E quanto deu o café? A arroba do boi gordo, como está? Tem também aquele que fala dos casos amorosos da noite anterior. Um amigo conta que em companhia de uma mulher, “cobiçadísima” pela turma do mal, ouvira dela o seguinte, já num avançado bate papo “motelesco”:
O padre e o prefeito
Por Paulo Ludovico
Conta-se que na história de Conquista existiam muitas “brigas” entre famílias. As histórias sobres as valentias de algumas delas eram de fazer inveja a qualquer “western” americano. Bala comia pra todo lado. Morria gente todo dia. Em alguns casos, essas rusgas (se é que se pode chamar assim) não atingiam famílias, às vezes, elas ficavam apenas entre pessoas. Muitas dessas pessoas até exerciam funções destacadas na velha Conquista de outras eras. E justamente uma dessas “brigas” aconteceu entre o Padre Palmeira, diretor do então Ginásio de Conquista (ali, perto do Clube Social), onde estudou muita gente boa que faz a história da cidade nos dias atuais, e o prefeito de Conquista, na época, Edvaldo de Oliveira Flores (sobrinho de D. Olívia Flores). A carroça, que até hoje faz parte da nossa paisagem, é parte integrante dessa história, ou melhor, o burro que puxava uma determinada carroça é que, depois de ”tombar sem vida”, passou a protagonizar esse, digamos…”causo”.
Ponto pro professor
Por Paulo Ludovico
Pensar é privilégio de poucas pessoas. Pensar rápido nem se fala, aí, meu senhor, já é virtude de pouquíssimos. Mesmo assim, quem rebuscar na memória há de se lembrar que já deve ter conhecido um sujeito desses, bom e rápido de raciocínio. E eu conheci um assim, Gilvan Quadros, filho de Raimundo Quadros (até já contei um história dele aqui) . Gilvan, hoje, é dono de loja de informática, em shoppings, em Salvador. Bom jogador de xadrez (só podia ser), foi ele quem ensinou o movimento do pião, do bispo, da dama, da torre e do cavalo, tudo no tabuleiro, é claro, ao professor Armínio Santos. Principiando nossa história, tudo aconteceu lá pelos idos de 1970. Gilvan devia estar, naquela época, com 15 anos (ou menos). Fazíamos parte de uma turma onde estudavam pessoas que vez por outra nos vêm à lembrança. Maria Perpétua, que trabalhou no Baneb, Mauro Muñoz, médico oftalmologista aqui em Conquista, Fernando e Crésio, filhos de Dr. Fernando Dantas Alves, Mauro, que já foi dono de revenda da Coca Cola, ali na Praça Vitor Brito, Pedro Moraes Neto, o Pedrinho, Jadel Cajazeira, irmão de Lúcia Cajazeira, do Juvêncio Terra e tantos outros. Ah!, não poderia esquecer de Maria das Graças Duarte, a Gracinha Duarte, naquela época, aluna cobiçada por todos os colegas. Perguntem ao Pedrinho, a Mauro (qualquer um dos dois), certamente eles, como os demais, devem se lembrar dela (por onde andará?). Mas voltemos ao motivo da nossa prosa.
Um colega pouco comum
Por Paulo Ludovico
Quem quiser contar qualquer caso – ou seria causo – do passado escolar de Conquista, certamente terá que falar do velho Ginásio de Conquista. Lá, foi diretor o Padre Luiz Soares Palmeira, o temível (e terrível) Padre Palmeira. A história de um e de outro, do padre e da escola, em certos momentos chega a ser uma só, tanto que, o velho ginásio ficou conhecido também como: o Ginásio do Padre. Padre Palmeira era o típico professor dos tempos passados. Sujeito inteligente e dono de uma cultura que impressionava. Mas, sabem os que estudaram ali, o “bicho” era sisudo e bruto, “igualmente” a uma cancela. Daquele tipo que não leva desaforo pra casa. Existe, na história de Conquista, prá lá de duas rusgas do velho Palmeira. Anda vivinho por aí, muito cabra bom, outrora aluno do Ginásio do Padre. Cada um se lembra bem das idas e vindas daquele diretor. Gilberto Cardoso (apelido: de Tostão), Humberto Flores (é bom nem tocar no apelido desse aí, é caso encerrado e não se fala mais nisso), Elquisson Soares, Ubirajara Fernandes são apenas alguns dos que estudaram no antigo ginásio.
A Sunga trocada
Por Paulo Ludovico
“Eta tempo bom aquele, sô!” São muitos os momentos que merecem uma referência dessas. E se formos realmente relembrar, certamente, bons tempos de nossas vidas passamos entre tantos amigos que fizemos na escola. Alguns desses amigos caminham juntos por muitos e muitos anos, outros se perdem na trajetória da vida. Tenho muitas saudades de tantos que vi pela vez última nos tempos da escola, lá num tempo bem longe, quando Luxemburgo ainda era um bom treinador. Cá pra nós, Deivid no ataque do Flamengo, é demais! Que saudades dos tempos de Zico, Júnior e Adílio (Mas, o que isso tem a ver com nosso caso?).
Há ainda aqueles que embora se percam no “tracejar” da labuta diária, terminam se encontrando numa curva adiante. Nesse caso, existem muitos como o Dr. Júlio César, advogado que vai protagonizar o nosso caso (ou causo) de hoje. Aconteceu na época do inesquecível Colégio Batista Conquistense (ficava ali onde funcionou a Real Madeireira, na Siqueira Campos).
Bira e o barbante
Por Paulo Ludovico
O Instituto São Tarcísio foi, uma das maiores escolas de Vitória da Conquista. Mas, antes de ser o que chegar a seu ponto máximo, começou pequeno. Quando fui estudar no São Tarcísio, a escola funcionava numa rua, atrás da casa onde moravam “seu” Viriato e “dona” Nenem, pais das professoras Edna (de saudosíssima memória), Edméia (artista plástica das mais talentosas) e Ednalva, além de Ednália e Eduardo, ainda estudantes, e de Edmilson e Edson (esses dois morando em Salvador). Naquela época, também estudavam lá os irmãos Péricles e Márcio Prado, as irmãs Lucila e Marília Fernandes, Robson Miranda (irmão de MacDonald, da Band), os irmãos Osvaldo e Orlando Celino, Ana Maria Sales e seu irmão, Joaquim Sales (da Daytona), Gracinha Duarte (a nossa musa de então), entre outros, que, oportunamente, mencionaremos.
Histórias num clássico de lascar
Por Paulo Ludovico
Da mesma maneira que todo brasileiro (ou pelo menos a maioria deles), gosto de futebol. Sempre me pergunto qual o motivo dessa paixão. Como alguém pode gostar de um esporte onde 22 homens correm atrás de uma bola, assistidos (de dentro do campo) por um que corre de um lado pra outro, com um apito na boca? Esse (o do apito), além de não poder tocar na bola, pára o jogo a todo tempo, sob o pretexto de uma irregularidade qualquer que, em muitos casos, só ele viu. Mas, é mesmo assim, como todo gostar, esse, também, não tem explicação. Gosto e pronto! Gostar ou não gostar não importa, o que importa é que o caso dessa semana aconteceu na próxima (e próspera) cidade de Anagé e envolvendo, justamente, um jogo de futebol. Ou melhor um jogo qualquer, não. Um clássico regional. Um clássico de lascar! Vaquetal X Pé do Morro.

O velocista sem velocidade
Por Paulo Ludovico
Corria o ano de 1972. Era Presidente da República o General Emílio Garrastazu Médice. Mais adiante digo o porquê dessa citação. Eu, um ano antes, havia sido Bi-Campeão Baiano de Judô, o que me qualificou para disputar em Maceió, nas Alagoas (terra de meu pai), os Jogos Estudantis Brasileiros. Era uma espécie de olimpíada estudantil, disputada em todas as modalidades esportivas. O desfile de aberturar foi no Estádio Rei Pelé, “Pelezão” (recém construído) e teve a participação das delegações de todos os Estados da Federação. Nós, emocionados e orgulhosos, com a bandeira da Bahia à frente, pisamos na pista de atletismo do Estádio, sob os olhares e aplausos de um público que, literalmente, lotava as dependências daquela praça esportiva. Não sei se foi impressão, mas nossa delegação foi uma das mais ovacionadas. Lembro-me bem, no alto-falante, num som potente e “limpo”, ecoava o Hino da Independência da Bahia, o que nos deixava mais emocionados, ainda. Com todas as delegações, impecavelmente perfiladas no centro do gramado, o discurso de abertura foi proferido pelo Presidente Médice, daí a minha lembrança e referência inicial. Estava também presente o Atleta do Século, que dava nome ao Estádio, o Sr. Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé. Diga-se de passagem, dois anos antes ele havia se sagrado Tri-Campeão Mundial de Futebol, no México, tendo sido apontado como o destaque daquela competição. Aliás, permita-me fazer um parêntese e lembrar daquele timaço de70, aSeleção Canarinho de Zagalo, que formava com o goleiro Félix, a zaga era Carlos Alberto (o capita) Wilson Piazza, Brito e Everaldo (esse já falecido); Clodoaldo, Gerson e Rivelino; Jairzinho (o Furacão da Copa), Tostão e ele, Pelé. Mas, voltemos ao objeto de nossa conversa de hoje, que não aconteceu no Estádio Rei Pelé, onde ocorreu o desfile dos Jogos Estudantis Brasileiros. Nossa conversa de hoje refere-se a um momento anterior, ou seja, à viagem até o vizinho Estado de Alagoas, mais precisamente à sua bela capital, Maceió.
Descubra, se for capaz!
Por Paulo Ludovico
Existe por aí muito cabra, danado de prepotente. É o tipo do sujeito que, em cada uma de suas atitudes, faz valer a expressão: ”pensa que tem um rei na barriga”. Conheço uma “distinta advogada” assim. Ela, sem gastar um centavo sequer (na “saliva”, diria meu pai), passou um verão inteirinho na casa de praia de um amigo (que por sinal é meu amigo também e me relatou essa passagem). Uns vinte dias depois, esse amigo a encontra no Fórum e, ingenuamente, com a pureza que lhe é cotidiana, pergunta:
– Fulana! Onde fica o cartório tal?
Ela responde, na bucha:
– Fulana, não! Doutora Fulana!